Mais um pouco do metrô de Napoli!

Depois de visitar a estação Toledo, seguimos para o próximo e último destino programado: estação Dante, projetada pela arquiteta Gae Aulenti. Embora ela também estivesse no roteiro das Stazioni dell’Arte de Napoli, eu particularmente estava meio desconfiada. Quer dizer, depois de passar pela Università e pela Toledo nenhuma outra poderia ser tão sensacional! E de fato a Dante não era. Isso não significa que não fosse legal ou bonita, pelo contrário, só não era tanto quanto as duas últimas.

Dessa vez as paredes das escadas rolantes eram cobertas por vidro branco com detalhes prateados. Em uma delas, um espelho enorme  de Michelangelo Pistoletto, todo decorado com linhas pretas, vermelhas e brancas que, segundo dizem, formam o desenho do Mar Mediterraneo. É o que dizem... Olhando a foto agora, até consigo vê-lo a partir do desenho das linhas pretas. Em um dos patamares, um enorme painel azul com formas em alto relevo amarelas, vermelhas, brancas... Não sei o que significa, mas era bem lúdico e eu gostei!



No outro patamar o padrão muda completamente: feito por Jannis Kounellis, nos deparamos com um enorme painel marrom de madeira com pedaços de trilhos de trem colados e sapatos e roupas presos a esses trilhos que simbolizam o contínuo fluxo de passageiros pelos trens e o fluxo da vida desses passageiros... 




Na saída, um enorme painel preto com uma citação do escritor italiano Dante Alighieri, que dá nome à estação.



« Lo colore e la luce sono propriamente; perché solo col viso comprendiamo ciò, e non con altro senso. Queste cose visibili, sì le proprie come le comuni in quanto sono visibili, vengono dentro a l’occhio - non dico le cose, ma le forme loro - per lo mezzo diafano, non realmente ma intenzionalmente, sì quasi come in vetro transparente. E ne l’acqua ch’è ne la pupilla de l’occhio, questo discorso, che fa la forma visibile per lo mezzo, sì si compie, perché quell’acqua è terminata »
(Dante AlighieriConvivio, Trattato III, Capitolo 9)

Saindo da estação do metrô, tem uma grande praça, que foi reestruturada por Gaelenti e por onde só passam pedestres (ou, “pedoni”, como dizem na Itália. Acho essa palavra engraçadíssima!). No centro da praça uma enorme estátua de Dante e ao fundo o Convitto Nazionale Vittorio Emanuele que atualmente é uma escola/internato mas cujo prédio tem origem religiosa. Tirando isso, não tem nada pra ver na praça, então não ficamos muito por lá.

Eu interessadíssima pela estátua

Olhamos o relógio e vimos que dava tempo de ver pelo menos mais uma estação além da progamada. Fomos então pra estação seguinte: Museo. A estação Museo também foi projetada por Gae Aulenti. No interior da estação tem réplicas de várias obras de arte que estão no Museo Archeologico Nazionale, como a réplica da estátua de Ercole Farnese. Ao longo dos corredores, uma série de fotografias em preto e branco de Mimmo Jodice que aludem a obras do museu.

O que mais fizemos esse dia foi tirar fotos jacu! :D




Réplica de Ercole Farnese
A estação tem também um acesso que liga à Estação Cavour e parece que nesse caminho tem várias outras coisas, mas não fomos lá ver. Saímos da estação só pra ver o museu de fora. Um prédio grande, rosa e bonito! Como não fazia parte do plano nem tínhamos tempo, não entramos.


A fome começava a apertar e tínhamos que comer alguma coisa antes de viajar de volta pra Roma. Não fazíamos ideia de onde comeríamos, então resolvemos voltar pra Via Toledo. Lá deveria ter algum lugar pra comer... E tinha. Tinha o almoço mais caro da minha vida (aliás, gastamos um bocado com almoço em Nápoles!) mas o almoço mais sensacional da vida! Rosbife gigante com batatas! Me acabei de tanto comer..


Infelizmente, já estava na hora de irmos. Tínhamos que voltar pra Roma onde eu passaria mais uma noite pra voltar pra Siena no dia seguinte... Terminamos nosso passeio na Estação Garibaldi, mais uma vez. Pegamos nossa mochila no guarda-volumes e entramos no trem que nos levaria a Roma...

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