Retrospectiva anos 2010: 2012

Se 2011 foi um ano cheio de novidades, 2012 já foi bem mais monótono, mas foi o ano em que comecei a minha vida profissional. Em março comecei a dar aulas no CENEX e foi uma experiência verdadeiramente assustadora. Eu nunca tinha feito aquilo antes, não tinha nenhuma noção de didática e usaria um livro ao qual só tive acesso na véspera. Minha primeira aula foi na turma de sábado à tarde, uma turma de Básico 2. Aquilo só complicava as coisas pois de vez em quando os alunos comentavam algo como “mas isso está escrito na unidade 3 do livro” ou “o professor anterior disse isso” e eu mal conhecia o material que  estava usando e ainda não tinha jogo de cintura pra lidar com esses comentários. Ainda lembro de palavras que ensinei errado e da bagunça que eu fiz na cabeça dos alunos na hora de ensinar o passado.

Com minha outra turma foi infinitamente mais tranquilo por vários motivos: eram aulas durante a semana, de Básico 1 (o que significa que os alunos não tinham nenhuma referência anterior) e era uma turma bem menos apática do que a outra. Lembro que certa vez passei para eles a música “La Vasca” (ou, em português, “A Banheira”) em que o cantor começa o clipe tocando violão e comendo macarrão dentro de uma banheira. Lembro do Johnathan um aluno que sentava na primeira carteira e eu sempre brincava que ele chegava atrasado, ainda que fosse somente um minuto ou dois. Certa vez ele chegou mais atrasado, com uma cara séria, deixou a mochila no chão, não respondeu à minha provocação de sempre, pegou o celular e saiu. Estranhei aquela situação, mas comecei a corrigir um exercício, virada de costas pra porta, quando ouço um barulho de violão. Virando de costas, vejo o Johnathan com uma toca de banho e uma toalha no pescoço indo pra frente da sala. Outros três ou quatro alunos levantaram e foram para frente da sala e a turma inteira começou a cantar e a fazer a coreografia da música! Depois disso foi difícil concentrar de novo, mas ver meus alunos se divertindo, cantando e dançando foi realmente incrível.

Naquela turma também tinha a Telma, bibliotecária da FAFICH que sempre levava um chocolate para mim. A Sandra, que foi para a Itália e me trouxe uma marionete do Pinóquio de presente. O Sérgio, com seu coração enorme com quem tenho contato até hoje. O Guilherme, que acabou formando em Letras – Italiano e na última semana publicou um livro. A Olga e o Filipe, casal de universitários que eram ótimos alunos. O professor do CEFET, cujo nome não me lembro, que sempre descontraía a aula com alguma piada ruim. A Natália, que fazia doutorado... Todos eles continuaram comigo no semestre seguinte e foi graças àquela turma que eu tive certeza que eu amava o que estava fazendo, mesmo com os desafios diários que tinha.


Em junho fui à Cumbuco, Ceará, com meus pais. Acho que fui a última vez que fui à praia passar uns dias (só por o pé na água não conta).

No segundo semestre, sei lá porque, resolvi tirar certificado de italiano. Lembro que muita gente me perguntou pra que serviria um certificado se eu teria a minha graduação em italiano. Mas eu queria estar acima de todos aqueles que teriam o mesmo diploma de graduação que eu. Eu queria um diferencial. Aconselhada pela minha orientadora, aquela com quem havia conversado pela primeira vez um ano antes, fiz o CELI 3, nível B2 (Intermediário Superior). Fiz um curso para me preparar e em novembro fiz a prova. Fui aprovada com nota A.




Ainda estava namorando e, ainda que meu ex não gostasse da ideia, comecei a flertar com um intercâmbio, que era o meu grande sonho. Decidir tentar o processo no ano seguinte. 

Em 2012 minha vida pessoal girou em torno do namoro e não tenho fotos ou lembranças de festas ou amizades naquele ano.

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