Retrospectiva anos 2010: 2015

Comecei 2015 ainda na Italia, em Roma. Se minha expectativa era a de passar a virada do ano no Coliseu, a realidade foi uma festa em um apartamento com a Marcela, alguns amigos dela e mais um monte de desconhecidos.

Em fevereiro fui pra Espanha, Alicante mais especificamente, onde fiquei 3 ou 4 dias. A parte mais incrível dessa viagem foi o fato de que fui encontrar a Laura, uma amiga que tinha feito na Inglaterra quase quatro anos antes. Em Bristol convivemos por apenas duas semanas mas foi uma afinidade enorme! Fui recebida super bem por ela e pela família e se no início ainda estávamos meio tímidas, logo percebi o que tinha me levado até ali e foram dias incríveis! Quase 5 anos depois, nunca mais nos vimos, mas ainda é uma pessoa super querida e sei que quando nos vermos vai ser ótimo mais uma vez!

A volta pro Brasil, no final de fevereiro, foi estranha. Para mim o mais difícil foi voltar completamente mudada da experiência do intercâmbio, mais madura, tendo visto e vivido muita coisa e encontrar tudo e todos exatamente iguais. Menos minha casa, já que minha família tinha mudado de apartamento enquanto eu estava fora e voltar para um quarto novo também foi estranho. 

Em julho fui a Brasília, visitar a Ana que era minha amiga na Itália. Foi um reencontro bem estranho, devo dizer. A família me recebeu super bem e foram todos muito carinhosos comigo. Quanto a ela, achei que teríamos a mesma sintonia do início da viagem, mas a verdade é que certas coisas que foram me incomodando com o tempo ficaram mais evidentes. No meu último dia fomos turistar pela cidade. Eu já tinha passado por Brasília alguns anos antes mas fiquei em casa de parentes e não vi a cidade direito. Eu a Ana tínhamos uma sintonia muito boa pra turistar juntas e só então lembrei porque eu havia ido até lá. Foi um dia super gostoso, mas eu sabia que seria a última vez que nos encontraríamos. Ainda trocamos raramente alguma mensagem no Instagram, mas só.

Voltar de intercâmbio sempre deixa um vazio. Tudo lembra a viagem e tudo faz querer voltar. E eu passava parte dos meus dias pesquisando intercâmbios e oportunidades. Até que um dia, não muito tempo depois, minha mãe (que embarca comigo em todos os sonhos e loucuras) comentou que tinha visto em algum lugar que as inscrições pro programa de trabalho da Disney estavam abertas. Eu já tinha ouvido falar do programa mas até então na minha cabeça devia ser só mais um programa caro que eu nem pensava em fazer. Mas comecei a pesquisar sobre e passei por uma empolgação sem fim, depois por uma fase em que parecia exploração pura até finalmente, depois de pesquisar bastante, concluir que eu queria fazer aquilo e eu tinha o perfil ideal. 

Já contei aqui no blog sobre todo o processo de seleção e tudo mais, mas, mais do que isso, sonhar com uma outra coisa me fez ocupar a cabeça e tornou a minha volta infinitamente mais fácil. Além disso, quando voltei da Itália acabei não mantendo a maior parte das amizades do ano anterior, pelo simples fato de que conservar amizades não é meu ponto forte, e o processo da Disney foi um novo recomeço nesse sentido, e foi incrível! Pessoal legal, animado e extremamente unido, como nenhum outro grupo que a Disney já viu. Vivemos muita coisa juntos e saímos muito juntos. Ainda era uma época com poucas responsabilidades e todo dia era dia de sair, o que era inédito pra mim. E foi gostoso demais ter uma galera pra viver esse sonho junto comigo!

Viajamos no final do ano e foi uma experiência diferente de tudo que eu já vivi. Morar com amigas, trabalhar no exterior, falar uma língua com a qual eu me sentia muito menos confortável do que o italiano, trabalhar no natal, ano novo, ficar horas em pé... Ver o Castelo da Cinderela, as paradas e os fogos de artifício do meu trabalho, conhecer mais gente, ganhar dinheiro... Eu, ao contrário de muitos, já tinha vivido outras experiências no exterior e se por um lado eu já sabia lidar com a saudade, com o costume de comer comida diferente, com a distância da família, etc, nem por isso a experiência foi menos rica!