Explorando Siena - Parte 2
No dia seguinte não tínhamos nada pra comer e então resolvemos sair.
Fomos a um bar aqui perto comer. Bar aqui na Itália é outra coisa. Não é lugar
onde se vai pra beber cerveja (também, mas não só). As pessoas vão ao bar tomar
café, comer um panino (uma espécie de sanduíche com salame ou alguma coisa
assim), um tramezzino (sanduíche frio com pão de forma, patê, presunto, queijo,
salame...), um cornetto (croissant) e, durante a tarde e à noite, tomam um
Spritz, uma cerveja ou alguma outra bebida. Acabamos conhecendo o dono do Bar
que nos convidou pra tomar uma caipirinha autêntica, com cachaça, à noite. Por
aqui costumam fazer “caipirinha” com rum ou vodka... Topamos.
Voltamos pra casa pra escovar os dentes e antes de sair a moça da
portaria começou a me dar umas dicas úteis de sobrevivência em Siena. Nesse
momento desceu um menino loiro e vermelho com cara de perdido. Era o Joachim,
um alemão que também tinha acabado de chegar. Chamamos então ele pra sair com a
gente e ele aceitou. Começamos o passeio visitando mais igrejas! Fomos ao
santuário da Santa Caterina, patrona da Itália e de Siena. Ela que teria dito
ao papa em 1337 para levar a sede da Igreja Católica de Avignon para Roma. Por fora o
Santuário é como um pátio de escola, bem simples e marrom, como tudo em Siena.
Lá ficam apenas alguns bustos e uma estátua da Santa. Por dentro, várias obras de
arte e muito dourado.
De lá seguimos para a Basílica de São Domenico, igualmente
marrom, mas bem grande. Ela por sua vez, impõe pelo tamanho mas é super
simples, comparada com as outras igrejas que vimos. Foi frequentada por Santa
Caterina e por isso conserva algumas relíquias, sendo a mais famosa (e bizarra) delas a cabeça da santa. Só que não pode tirar foto do interior...
Feeeeia! |
San Domenico |
Depois do almoço o Joachim nos deixou pois teve que ir pro curso de
italiano. Eu e a Marcela então fomos visitar o Duomo. Sempre tem muita gente
por lá, dentro e fora da Igreja, mas não é nada que seja insuportável ou
atrapalhe a visita. Uma das coisas que mais chama atenção (além de toda a
grandiosidade habitual) é o chão, dividido em 49 partes, cada uma delas
trabalhada em mármore. Geralmente ele fica coberto a fim de proteger as obras,
mas é descoberto em alguns períodos específicos do ano. Quando isso acontece, vem
traçado um caminho para que passemos a fim de minimizar o desgaste.
Detalhe do piso do Duomo |
Ainda com o mesmo bilhete, após visitarmos o interior do Duomo, fomos à
Cripta e ao Batistério. A Cripta é bem legal, embora não tenha muita coisa pra
ver. Já o Batistério é todo decorado e em volta da Pia Batismal encontra-se
inclusive esculturas de Donatello. O teto, como de costume, também é todo
coberto por afrescos. Já cansadas, sentamos nos bancos e ficamos admirando o
teto, fingindo fazer comentários inteligentes sobre arte e conversando
banalidades!
Battistero |
Depois da pausa no Batistério, ligeiramente descansadas, decidimos procurar um último lugar pra ir
naquele dia. Abrimos o mapa e vimos uma tal Piazza della Libertà que fica na
parte interna de uma fortaleza do século XVI, a Fortezza Medicea, do outro lado
da cidade. Nada em Siena é muito longe, mas já estávamos cansadas e com o pé
doendo. Ignoramos isso e fomos mesmo assim! No caminho passamos pelo Stadio
Comunale A. Franchi, o estádio de futebol de Siena. Não é muito grande, até
porque o futebol não é o forte de Siena: o time daqui por escândalos com o Monte dei Paschi, tradicional banco de Siena, perdeu o financiamento e foi excluído do campeonato italiano e, pelo que eu vi, talvez por isso, as pessoas não ligam muito pra futebol.
Chegamos onde queríamos e vimos que a Fortaleza é bem grande e tem um jardim na
frente. Começamos a contornar pra tentar descobrir como entra. Sem entender
muito bem como as coisas funcionavam e já cansadas, desistimos e sentamos em
uma praça ali perto, até cansarmos de sermos comidas por pernilongos e voltamos
pra casa.
A noite encontramos o Joachim de novo e fomos pro bar tomar nossa
caipirinha – conforme havíamos combinado. Até ele bebeu! Duas caipirinhas
depois fomos pra Piazza del Campo, conhecer a noite de Siena. Não é que
aconteça muita coisa, mas sem dúvida é um ambiente bem bom! Gente nos bares em
volta da praça e um bocado de gente da geração dos 20 e poucos anos por ali bebendo e
conversando. Infelizmente fomos vencidos pelo cansaço e não ficamos muito por
lá...
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