Stands West, Stands Best
Chegando em
Orlando temos que assistir a algumas palestras chatas sobre imigração e algumas
coisas práticas, até que chega o dia do tão aguardado Traditions. O Traditions
é o momento em que oficialmente viramos empregados da Disney e é nosso
primeiro treinamento, no qual aprendemos um pouquinho da história e dos
princípios deles. É um momento muito especial, então não posso detalhar, mas o
que interessa aqui é que no Traditions descobrimos oficialmente nossa Work
Location (WL, nosso local de trabalho). Digo oficialmente porque é possível saber antes, mas a verdade é
que não deveríamos. Recebemos um papel com nossa WL e a schedule dos nossos
primeiros treinamentos que são teóricos e feitos na Disney University.
Eu trabalharia
nos Stands West, mas não sabia muito bem o que era isso. Pesquisei na internet
e não achei nada! Eu sabia que trabalharia no MK, então o máximo que eu
descobri é que o West Side do parque é formado por três lands: Adventureland,
Frontierland e Liberty Square. Aparentemente por lá não tinha nenhum
restaurante quick service, o que me deixou mais confusa ainda. No meu primeiro
dia como guest dei uma volta por lá pra me familiarizar e lembro que a cada
lugar que vendia comida eu me perguntava se eu trabalharia lá.
Até que
começaram os treinamentos teóricos. O primeiro deles é o Welcome to Operations
e que todo mundo faz. É chatíssimo e além de reforçarem o tempo todo os
princípios da Disney, temos noção de segurança no trabalho e coisas assim. Na
parte da tarde, algumas pessoas foram liberadas e todas as pessoas de Food and
Beverage (que não eram só brasileiros, mas também gente de outros programas) foram
colocadas juntas para alguns treinamentos teóricos específicos. Em determinado
momento nos perguntaram onde trabalharíamos. Quando respondi, lembro que a
trainer disse “Oh! Outdoor!” e eu fiquei mais confusa ainda porque pelo que eu
sabia quem era outdoor era ODV (Outdoor Vending) e não Stands.
Enfim, fiquei
mais confusa ainda sobre qual seria minha work location. No dia seguinte
tivemos o Once Upon a Time is... Now! Que é o treinamento específico pra todas
as pessoas que trabalham no Magic Kingdom, no qual conhecemos um pouco mais
sobre o parque e sua história. Nesse dia recebemos o Schedule de treinamento na
Work Location e chega o tão aguardado momento de vestirmos nossa Costume
(uniforme de trabalho) pela primeira vez!
No outro dia
finalmente tive meu primeiro treinamento na Work Location e só então entendi
onde trabalharia!
Stands West
Trabalhar em
Stands significa trabalhar em uma coisa intermediária entre restaurante e ODV.
Trabalhamos em vários lugares diferentes e são locations externas sim, mas são
fixas (e não móveis como os carrinhos ODV) ou em “lanchonetes” nas quais as
pessoas não entram, mas pedem por uma janela e comem do lado de fora.
Na Adventureland,
você pode trabalhar basicamente no Sunshine Tree Terrace (Sorvete e Slush), no Aloha Isle (onde é vendido o famoso – mas não tão bom, na minha opinião –
Dole Whip, que é um tipo de sorvete) ou no carrinho de eggroll. Eu nunca trabalhei na Adventure (embora
quisesse), mas diz o pessoal que é meio boring porque é basicamente fazer
sorvete.
Na Frontierland
dá pra cair no Golden Oak Outpost (nuggets e waffle fries), no Westward Ho
(bebidas), Diamond Horseshoe (que fica oficialmente na Liberty) e nos vagões de
cachorro-quente, turkey leg e pretzel/churros. Trabalhei lá duas vezes e foi
bem legal!
Na Liberty
Square (onde fui treinada e que detalharei melhor no próximo post),
trabalhava na Sleepy Hollow, que vende waffles e funnel cakes, no Liberty Square
Market, que vende frutas e, em teoria, coisinhas mais saudáveis, e no carrinho
de turkey leg.
Eu odiava essa touquinha! |
CIF: É basicamente um quebra galho que usa uma costume
específica que pode trabalhar nas três lands (você não pode ser visto onstage
com uma costume diferente da costume da land onde está). Nunca peguei esse
shift, mas os outros brasileiros pegavam sempre. Eu só usei a costume de CIF no
treinamento.
Treinamento
O meu
treinamento durou cerca de 1 semana, mas isso pode variar bastante. Eu fui
treinada com dois americanos: a Tara que era um amoooor de pessoa e de quem me
aproximei muito, e um outro menino que era legal também, mas nunca mais vi e
nem lembro o nome. Durante essa fase usamos uma fita vermelha na nossa nametag
(o crachá) escrita “Earning my ears”, e aí todo mundo sabe que ainda estamos em
treinamento.
No primeiro dia rodamos pelo West Side todo, conhecendo todos os
lugares e recebemos informações mais gerais do tipo: como usar o rádio, como andar no backstage, etc. Nos dias
seguintes o treinamento foi mais prático: aprendemos a fazer tudo o que
venderíamos (e experimentamos tudo também!) e aprendemos a fechar cada work
location nossa (o que significa deixar tudo limpo e repor o estoque dos
produtos, mas também falarei disso com mais detalhes no próximo post). No último
dia de treinamento acontece o assessment: nesse dia repassamos tudo o que foi
aprendido no treinamento (questões teóricas e práticas) e ao final fazemos uma
provinha escrita e temos um encontro com um dos managers no qual ele também faz
algumas perguntas. O assessment é bem tranquilo, e se não sabemos alguma coisa o trainer ou o manager nos explicam e repassamos aquele ponto. Sendo aprovados no assessment, já
estamos habilitados pro trabalho e chega a hora de tirarmos o “Earning my ears!”.
O fato de
estarmos habilitados ao trabalho, no entanto, não significa que estamos de fato
prontos pra ele! Hahaha! Muita gente, inclusive, opta por manter o “Earning my
ears” na nametag, pra se sentir mais seguro. Acontece que a gente recebe
muuuuuuita informação no treinamento e é difícil absorver tudo. No meu caso
ainda teve a limitação do inglês: acontece que eu não sou tão fluente como sou
em italiano, por exemplo, então eu tinha dificuldade pra entender tudo o que
era falado. Tinha hora que eu tinha que fazer muito esforço pra entender
tudo, o que deixava o treinamento ainda mais cansativo... Mas já adianto que meu
inglês melhorou muito enquanto estive lá! Enfim, por sorte, de modo geral, meus
coworkers (quem trabalhava comigo) eram muito prestativos e sempre que eu não
sabia como fazer alguma coisa eles me explicavam.
No fim das contas, deu tudo certo. Vez ou outra eu fazia alguma bobagem, mas nada muito grave, e acabei pegando o ritmo de trabalho rápido!
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