Turistando em BH - Museu Abílio Barreto

Antes de ir pra Itália eu tinha um carro que me levava pra todo canto, que me rendeu bons papos e também bons amigos, já que eu adorava dar carona. MAS, como eu não recebi nenhum auxílio da faculdade para o intercâmbio, tive que vender o carro para bancar a viagem. Voltei para o Brasil há exatos quatro meses e não comprei (nem pretendo comprar) outro carro, e, agora que estou andando a pé e de ônibus, tenho visto BH com outros olhos e essa experiência tem sido muito interessante. Quer dizer, se é algo tão rico a se fazer em qualquer lugar do mundo, por que não na própria cidade?

Enfim. Um dia desses, numa sexta-feira, saí do trabalho 15h e já que não tinha mais nada de urgente pra fazer aquele dia resolvi andar um pouco. Comecei passando em uma sorveteria italiana que tem por aqui (o melhor sorvete de BH!) e, em seguida, fui ao Museu Abílio Barreto, famoso cartão postal da cidade. A sede do museu é um casarão original da Fazenda do Leitão, parte do antigo Curral del Rei, onde foi construída BH. O Museu Histórico de Belo Horizonte foi inaugurado em 1943, mas em 1967 recebeu o atual nome em homenagem ao seu idealizador e primeiro diretor.

Além do Casarão, o museu conta com outros espaços: um edifício-sede com bar-café, um auditório recém reformado, e algumas salas, e a área externa/jardim, minha parte preferida do museu! Esses espaços recebem exposições de longa, média e curta duração, mas eu dediquei minha visita ao Casarão, espaço que nunca tinha visitado, que está recebendo a exposição O Museu e a Cidade sem Fim. É basicamente uma exposição sobre o uso do espaço público de BH, com artigos de coleção, fotografias e objetos dos mais variados. Cada sala do casarão é dedicado a um aspecto da vida cotidiana do belo horizontino: política, religião, teatro, música, carnaval, etc. 

Tenho que confessar que depois de visitar tantos museus na Europa e absorver quase nenhuma informação deles, já andava meio cansada desse tipo de programa, mas essa exposição está realmente incrível! Eu diria que grande parte dos itens expostos remetem ao últimos 50, 60 anos no máximo, o que os aproxima muito da minha realidade. Em uma sala dedicada à política, por exemplo, a primeira que visitei, assim como tem fotos do movimento Diretas Já, tem fotos dos protestos de 2013, nos quais não estive presente mas fazem parte não só da história política do país mas da minha história pessoal. Na sala dedicada ao carnaval, uma fantasia de escola de samba, e fotos de carnavais antigos (ficava imaginando se minha mãe ou alguma tia não estaria no meio de alguma daquelas fotos) mas também do carnaval dos últimos anos. O fato é que pude me ver e ver a minha história sendo contada ali, tanto através do que vivi quanto através do que parentes e amigos viveram. 

Política

Arquitetura

Teatro

Vestuário

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Paisagens

Rodei a exposição toda, mas já tinha passado das 17h e o museu estava fechando. Sentei então num banco do jardim e fiquei lá por pelo menos mais 1h. Era como se eu estivesse um um oásis verde em meio a BH, principalmente porque o museu é cercado por ruas e avenidas movimentadas. Mas no jardim parece que nada disso existe. Além das plantas do jardim e de árvores centenárias, a área externa tem um carro de boi, uma locomotiva e um bonde elétrico que representam a história do transporte em Belo Horizonte. No meio do jardim, perto de onde eu estava sentada tem uma fonte de água potável e aproveitei para encher minha garrafinha de água antes de ir embora. Se eu acho que o passeio vale a pena? Demais! E o melhor de tudo é que é gratuito!

Museu Histórico Abílio Barreto

Av. Prudente de Morais, 202 - Cidade Jardim, Belo Horizonte - MG, 30380-002 (31) 3277-8573

Horário de Funcionamento: 3ª, 6ª, sáb. e dom. das 10h às 17h; 4ª e 5ª das 10h às 21h.

http://www.amigosdomhab.com.br/