Viagem pra San Diego
Dizem que eu adoro relatar minhas viagens, minhas passagens por aeroportos, rodoviárias, estações de trem... Acontece que eu sempre tenho uma história pra contar!
Chegar em San Diego não foi fácil. Saí de casa umas 17:30,
comi e fomos pro
aeroporto. Eu não estava ansiosa até a hora que eu saí de casa. Mas quando
ansiedade bateu... O embarque internacional no aeroporto de Confins tem sido
feito pelo Terminal 3, um terminal provisório usado até que o 2 fique pronto.
Eu sequer sabia que aquele terminal existia... Aparentemente esse terminal será
demolido depois, o que acho uma pena pois, apesar de pequeno, atende bem.
Àquela hora, só tinha os passageiros do meu voo, um voo da American Airlines
para Miami. Dentre os passageiros, uma excursão de adolescentes de 15 anos. Na
Disney essas excursões são muito mal faladas, uma vez que esses grupos são
barulhentos e tal, mas eu, até então, não tinha tido problema com eles.
Fiz o check-in em um totem instalado no meio do saguão do
aeroporto e depois só despachei minha mala. Eu estava apenas com uma mala
normal, uma mala de mão praticamente vazia e minha mochila. Tenho aprendido a
levar cada vez menos coisas pois costuma ser bem sofrido ter várias malas
pesadíssimas quando se está sozinha. Minha mala estava pesando 22 quilos, o que
significa que ainda tenho 10 quilos pra colocar nela na volta.
Depois do check-in fiquei um pouquinho com meus pais e
entrei pro embarque. No caso de viagens internacionais, precisamos passar por
um guichê da Polícia Federal que registra a nossa saída do país. Foi engraçado porque
tinha duas filas: uma para menores de idade e tripulação e outra para maiores
de idade. O funcionário do aeroporto me perguntou se eu era maior de idade
antes de me encaminhar para a fila!
Achei a sala de embarque bem confortável: tinha uma
livraria, um lugar para comer e um duty free. Além disso, tinha tomada por toda
parte! Achei bem melhor que a sala de embarque doméstico do Galeão, por
exemplo. Quando passei por lá pra tirar meu visto, não tinha nada disso! Minha
mãe pediu que eu comprasse uma cachaça para levar para o meu primo e consegui
comprar ali dentro. O problema é que a sacola era bem pesada!
Enquanto eu esperava anunciaram que o voo atrasaria cerca de
35 minutos, porque a aeronava estava atrasada. Paciência! Eu estava bem
entediada na sala de embarque, mas pelo menos o atraso não foi tão grande. O
problema do terminal 3 é que lá não tem os fingers que dão acesso direto ao
avião, então, no momento do embarque, precisamos pegar um ônibus. Considerando
que eu estava com mochila, mala de mão, sacola e ainda carregando aquele apoio
de pescoço, isso foi bem ruim!
A minha passagem era do grupo A, o que significa que fui uma
das primeiras a embarcar. Tinha uma poltrona do meu lado que ficou vazia por um
bom tempo, e torci muito pra que continuasse assim, até que chegou uma menina
da excursão e sentou do meu lado. Tudo bem. Eu estava concentrada demais
ouvindo música, mexendo no celular quando a menina me
perguntou se eu poderia trocar de lugar com a amiga dela. Eu estava na janela e
a menina não. Não aceitei. A viagem seria longa demais pra eu fazer uma
gentileza dessas e como o voo era noturno, a janela seria um ótimo apoio para
dormir.
Perto de mim, começou uma movimentação das meninas. Uma das
guias estava sentada na mesma fileira que eu e eu só ouvia as meninas falando
que uma estava com medo de voar, a outra não queria sentar ao lado de
desconhecidos e aquele troca troca de lugar. Só do meu lado, sentaram três
meninas diferentes. O comandante precisou intervir, dizendo que era pra cada
uma ficar no lugar que lhes fora designado e quando o avião estivessem no ar
que trocassem de lugar. Primeiro disse pessoalmente, depois pelo rádio. E dessa
segunda vez foi mais firme dizendo que o avião não decolaria enquanto não
estivessem todos sentados, então era preciso que todos fossem para os próprios
lugares logo.
No fim das contas o avião saiu com 1h de atraso, de modo que
eu teria uma hora em Miami pra fazer imigração e pegar minha conexão. Seria
corrido, mas imaginei que daria tempo.
Pouco depois da decolagem foi servido o jantar. Não foi o
melhor jantar do mundo mas estava até gostoso! Depois, tentei dormir. Noites em
avião nunca são bem dormidas. Por um lado, por eu ser baixa, consigo me
encolher toda e caber na poltrona do avião. Por outro, quando minhas pernas
ficam dormentes e preciso esticá-las, elas não são longas o suficiente pra
conseguir apoio, de modo que fico igualmente desconfortável. Pra piorar, por
volta de 4h da manhã a guia acende a luz para preencher coisas. Coloquei minha
máscara de dormir e isso não teria sido problema se as meninas não tivessem
começado a conversar. Foi uma brecha pra eu ir ao banheiro, mas custei a dormir
de novo. Também nessa hora foi preciso que o comissário intervisse, falando que
tinha gente dormindo e para as meninas pararem de conversar. Quando consegui
dormir de novo, já estava quase na hora do café da manhã que foi bem mais ou
menos. Tinha um pãozinho, umas frutinhas e só.
Eu estava na segunda fileira da classe econômica, então
quando chegamos consegui ser uma das primeiras a sair do avião. Isso fez toda a
diferença pois eu tinha pouco tempo e praticamente não enfrentei fila na hora
da imigração. Inclusive ainda precisei esperar um tempo pela minha mala. A
partir daquele momento a cachaça não poderia mais ir na mala de mão, então
coloquei dentro da mala e fui correndo despachá-la de novo. Meu portão de
embarque era longe, então foi a conta de despachar a mala e entrar no avião.
Mais uma vez eu estava na janela, mas dessa vez tinha duas
pessoas do meu lado e estava mais apertado. O avião demorou a decolar e fui ficando
preocupada pois eu ainda tinha mais uma conexão, mas dessa vez com apenas uma
hora de diferença. Eu não entendi muito bem o que houve, mas aparentemente o
sistema saiu do ar. Eu precisava economizar bateria do meu celular, então o
deixei desligado o tempo todo e não fazia ideia de quanto tempo estávamos
atrasados. A uma certa altura, eu já tinha certeza que tinha perdido meu voo
seguinte. Além disso eu estava morrendo de fome e só tinha um chocolate que
minha mãe me deu no aeroporto, então aproveitei para comê-lo.
Finalmente decolamos e o voo foi péssimo. Minhas pernas
doíam e, apesar do sono, não consegui dormir. Além disso eu estava
terrivelmente entediada sem celuar, sem iPad, sem tv individual no avião nem
nada. Meu plano era comprar um livro no aeroporto de Miami, mas não deu tempo.
A mulher sentada do meu lado estava lendo um livro e, até onde eu vi, ela
chegou na página 210. Nem preciso dizer o quanto eu queria estar entretida que nem ela... Uma hora, aproveitei que ela
levantou pra levantar também e esticar as pernas, mas na verdade não melhorou
muito. Àquela altura eu já estava morrendo de fome, mas só serviram um
biscoitinho que não serviu nem pra forrar meu estômago. Eu estava sonhando com
a possibilidade de poder comer alguma coisa no aeroporto, mas sabia que
provavelmente não daria termpo. Foram mais ou menos umas duas horas de voo, mas
pareceu durar uma eternidade!
Para a minha surpresa, quando chegamos em Phoenix, Arizona,
faltavam 35 minutos para o meu voo. Mais uma vez eu precisaria correr... Por
sorte, meu portão de embarque era ali pertinho então dessa vez deu tempo pelo
menos de passar no banheiro. Como demorei pra chegar no avião, embora estivesse
sentada na primeira fileira, tive que colocar minha mala de mão no meio do
avião pois os compartimentos mais perto de mim estavam todos cheios. Finalmente
relaxei um pouco mais... Dessa vez o voo era mais curto, cerca de 50 minutos,
eu tinha espaço pra esticar minhas pernas e tinha a famosa tv individual e
fiquei me divertindo com o mapa interativo. O problema foi o serviço de bordo.
Serviram uns mini pretzels que mais uma vez não serviram nem pra enganar o
estômago! Chegar em San Diego foi um alívio! Eu estava morta de cansaço, de
fome e minha cabeça já estava começando a doer. Apesar disso estava feliz,
estava animada, empolgada por ter visto a costa do Pacífico de dentro do avião
e fiquei imaginando o que estava me esperando no próximo mês!
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