Eu mudei de cidade no meio da pandemia de coronavírus! - Parte 2
Finalmente chegou o dia da minha viagem para Curitiba e
minha ficha ainda não tinha caído. Eu esperei esse momento por quase 4 meses,
fazendo planos e imaginando como seria esse momento, e a verdade é que não foi
nem de longe como eu esperava.
Meu voo era às 7 da manhã. Como eu estava perto do aeroporto
e precisaria de uns 20 minutos pra chegar, combinei com meus pais de sair às
5:30. Eles acharam meio cedo, mas foi o que fizemos. Eu já tinha feito o check-in,
mas ainda precisava despachar as malas e torcer pro quilo a mais, além da mala
de mão, da mochila e da caixa com minhas taças de vinho, não serem um problema.
O aeroporto estava vazio como eu nunca vi antes. Eu faria
Confins – Congonhas – Curitiba, mas quando cheguei no aeroporto, a surpresa:
voo cancelado. Eu costumo ter sangue frio nessas horas, e de fato acho que eu
tive, mas meu coração ficou acelerado. Eu vi que teria um voo pra Guarulhos às
7:15 e fiquei com essa opção na cabeça quando fui até o balcão para remarcar a passagem.
A atendente em princípio me disse que não tinha o que fazer, que eu só chegaria
no sábado, pois só tinha um voo pra Congonhas mas, pelo horário dele, eu
perderia o voo pra Curitiba e só conseguiria pegá-lo no dia seguinte. Falei com
ela da possibilidade de pegar o voo pra Guarulhos e a resposta foi basicamente
a mesma: eu poderia pegar o voo mas só conseguiria pegar o voo pra Curitiba no outro
dia. Mais uma vez apresentei a solução: eu iria pra Guarulhos, trocaria de aeroporto
(de qualquer maneira eu tinha 3h entre um voo e outro) e pegaria meu voo pra
Curitiba. A atendente disse que eu precisaria ficar na lista de espera em ambos
os voos e que no voo pra Guarulhos eu era a sétima, mas que poderia tentar.
Aceitei, era minha única opção. O voo pra Curitiba não era uma preocupação pois
não fazia sentido eu ficar na lista de espera para o voo que eu comprei, mas a
minha grande preocupação, naquele momento, era chegar em São Paulo. Fui
correndo pro check-in despachar minhas malas e direto pro portão de embarque,
pois já estava em cima da hora, e nem tive tempo pra despedidas dramáticas.
Ufa!
Deu tudo certo, cheguei a tempo e embarquei. O voo não
estava vazio, mas não estava lotado. Devia estar com mais ou menos dois terços
da capacidade. Eu estava no corredor, tinha uma pessoa na janela e ninguém no
meio e foi assim na maior parte das fileiras. A vantagem é que no meio daquele
caos, o fato de eu ter três volumes na mão, embora incômodo pra mim, não foi um
problema. O voo foi tranquilo mas não houve serviço de bordo, os comissários
serviram somente bebidas para quem pediu.
Eu nunca vi o aeroporto de Guarulhos tão vazio. Algumas
pessoas com máscara mas nem tantas. Eu tive que pegar minhas bagagens pra
despachá-las novamente em Congonhas, e nas esteiras tinham pouquíssimas
pessoas. Ter que arrastar duas malas
grandes, mala de mão, mochila e a caixa com as taças de vinho não foi
exatamente fácil, mas aprendi a lidar com aquilo tudo. E lá em Guarulhos tive
ajuda. Deveria ter aceitado? Em tempos de coronavirus, não sei, mas a ajuda foi
providencial!
Peguei um Uber direto pra Congonhas e, mais uma vez,
aeroporto quase deserto. Tive que arrastar aquele monte de malas pra fazer o
check-in, quase me fizeram pagar pelos quase 2 kg extras, mas deu tudo certo.
Ainda faltavam umas duas horas pro meu voo mas fui direto pro meu portão de
embarque. Também a sala de embarque estava praticamente deserta. As lojas estavam
todas fechadas e só tinha o Pizza Hut e uns poucos quiosques de comida abertos.
Pelo painel, poucos voos foram cancelados, mas a verdade é que tinham poucos
voos programados e, durante todo o tempo em que fiquei por lá, só saiu um voo.
Por mais que o meu voo estivesse previsto, o avião só chegou cerca de meia hora
antes da decolagem e isso gerou uma certa ansiedade. O embarque foi super rápido,
contei 31 pessoas no avião e 11 delas eram tripulantes da Gol, da Azul e Latam,
então viajei sem ninguém à minha volta. Também nesse voo não houve serviço de
bordo. De qualquer maneira, foi um voo bem tranquilo e Curitiba estava bem ensolarada
para me receber!
Cheguei no apartamento, resolvi as questões burocráticas e
logo troquei minha roupa, coloquei os lençóis na cama e dormi. Além do cansaço
normal da viagem e por ter acordado cedo, eu sentia que o stress e o medo de
dar errado tinham me deixado ainda mais exausta.
As idas ao supermercado seriam inevitáveis. Ainda no
primeiro dia descobri que tem um mercado pequeno na entrada do meu prédio e lá
comprei o básico que eu precisaria até o dia seguinte: água, pão de forma,
presunto, queijo, papel higiênico e detergente. No dia seguinte fui a um outro
supermercado fazer uma compra um pouco maior, mas eu confesso que lá fiquei com
bastante medo. Lá era pequeno, apertado e estava lotado! Cheguei a ir em um
terceiro supermercado uns dias depois, bem mais amplo, vazio e com álcool em
gel disponível. Depois disso, todas as minhas compras foram feitas por
aplicativos.
Hoje é meu nono dia em Curitiba e embora esteja me sentindo
bem, confesso que ainda existe uma certa tensão depois de ter passado por
quatro aeroportos. Cada tosse e espirro acende um sinal de alerta, mas no fim
das contas eu sei que é so minha alergia de sempre.
Mas a verdade é que até agora deu tudo certo e sei que vai
continuar assim!
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