Perugia
Quando eu
estava decidindo a data exata em que eu viria pra Itália descobri que teria um curso para
professores de italiano como língua estangeira na Università per Stranieri de
Perugia, uma das universidades referência no assunto na Itália (junto com a
Università per Stranieri di Siena). O curso seria em setembro, logo antes do
meu intercâmbio e seria uma oportunidade e tanto pra mim! Decidi fazê-lo,
paguei a inscrição mas dois dias antes de viajar recebi um e-mail avisando
sobre o cancelamento do curso por número insuficiente de inscrições e eu, então
deveria pegar o reembolso. Decidi pegar o reembolso pessoalmente, mas desde
então, por motivos diversos, eu estava enrolando pra ir.
Finalmente decidi ir
no início de fevereiro, após minha últimas provas. Acontece que, como já deu pra ver, sair de Siena é sempre complicado. Eu tinha duas opções: ou pegava um
ônibus que chegava lá à noite – e aí eu teria que dormir lá – ou eu pegava trem
e encarava 4h de viagem de ida mais 4h de viagem de volta. Como eu não estava
disposta a encarar 8h de viagem de trem em um dia, cheguei à conclusão de que eu
teria que dormir lá de todo jeito. Resolvi então ir de trem: eu iria de manhã,
chegaria por volta de meio-dia, pegaria meu dinheiro e teria o resto do dia
livre pra turistar. No dia seguinte, o plano era visitar Assis, a cidade de São
Francisco que fica a 20 minutos de Perugia, e voltaria pra Siena no final da
tarde.
Foi o que eu fiz.
Primeiro eu deveria pegar um trem para Chiusi, depois outro pra
Terontola-Cortona e por fim um último pra Perugia. O problema é que eu teria
que ficar 1h em Chiusi, morrendo de tédio. Estava um dia frio mas lindo, e meu
espírito aventureiro fez com que ao invés de ficar morrendo congelada na
estação, eu saísse pra explorar um pouco. Logo na saída da estação tinha uma
feira, dessas que tem por todo canto aqui na Europa. Mais à frente, um parque
com brinquedos e tudo mais. Vendo que por ali não teria mais nada, tomei um
café e fiquei sentada no parque tomando sol e observando o movimento. Fiquei
ali por cerca de meia-hora e foi o suficiente pra me deixar de ótimo humor e
pra me lembrar o quanto é bom mudar de ambiente de vez em quando. E, embora eu nunca dispense companhia, viajar
sozinha me faz sentir incrivelmente livre e independente e eu gosto disso!
Continuando a viagem,
embora eu estivesse com sono por ter acordado cedo, como sempre, não dormi e
pude admirar a vista do lago Trasimeno. Liiiiindo!
Finalmente cheguei em
Perugia. Dessa vez me programei direitinho, já tinha visto como fazer pra
chegar na Universidade e depois procuraria um hotel. Não fiz reserva mas já
tinha pesquisado e deixei anotado o endereço de uns três que me pareceram
interessantes e a um preço razoável. Tem um ônibus da Estação Central –
Fontivegge – que deixa na porta da Universidade, então foi bem fácil chegar lá.
O prédio da Universidade é um daqueles grandes, antigos, bonitos e imponentes.
Em menos de 10 minutos peguei meu reembolso e segui pro hotel. A Universidade
fica bem perto do centro histórico onde eu ficaria então fui andando até lá.
Felizmente tinha vaga no primeiro hotel da minha lista (depois conto mais sobre
ele!), então deixei minhas coisas e saí pra comer e rodar um pouquinho.
Pra variar estava
suuuper frio. Eu estava bem mais preparada do que quando fomos pra feira de chocolate, mas acho que passar frio em Perugia é minha sina! Rodei um pouquinho
ali pelo centro histórico, mesmo lugar onde foi a Eurochocolate, e ficava
lembrando do tanto que comi aquele dia... Depois voltei pro mesmo muro onde
fiquei sentada da outra vez e fiquei admirando a paisagem e as montanhas! Dessa
vez as montanhas em volta de Perugia estavam com neve e estava uma cena bonita
de se ver!
Apesar de gostar de Perugia eu estava super ansiosa para conhecer
Assis e foi sensacional quando me dei conta que era a cidade que eu estava
vendo mais à frente, em meio a uma das montanhas... Fiquei horas lá só
observando... Apesar do frio eu estava super bem humorada! Aquela sensação de
liberdade me dominava! Até que na disputa entre a liberdade e o frio, o frio
ganhou. O sol, embora estivesse brilhando, não estava esquentando e o vento
estava congelante. Resolvi andar um pouco. Eu não estava muito a fim de fazer
turismo clássico, procurar museus, essas coisas. Simplesmente saí andando
explorando a região. Voltando pra Siena descobri que acabei passando pelos
principais pontos turísticos!
Fui descendo até a
parte baixa da cidade e me deparei com uma entrada para umas galerias de pedra,
como se fosse uma caverna cheia de salas, galerias e tuneis e corredores... Depois
descobri que se trata da Rocca Paolina, uma fortaleza (aquele “muro” onde eu
estava sentada antes) construída no século XVI a pedido do papa Paolo III para
afirmar o seu poder na cidade e a parte de baixo era uma espécie de cidade
subterrânea. Hoje, no interior da Rocca Paolina tem escadas rolantes que ligam
a parte alta à parte baixa da cidade.
Eu estava mais ou menos no meio e decidi
descer pra ver o que encontrava. Na saída da Rocca fica a estação de ônibus de
Perugia. Andando por ali encontrei também uma Igreja feita de pedra, mas que
estava fechada. Rodei mais um pouquinho e subi. Àquela hora o sol estava se
pondo e o vento estava absurdo e eu morrendo de frio. Embora tenha pensado em
sair à noite, no fim das contas desisti. Passei no supermercado, comprei água e
coisa pra comer, passei numa livraria, comprei um livro e passei a noite no
hotel quentinha lendo e assistindo televisão!
Comentários
Postar um comentário
Sejam bem-vindos!
Fiquem à vontade para deixar comentários, críticas ou sugestões!